Quais são as semelhanças entre os vírus que causam a COVID-19 e os que causam gripe?
O novo coronavírus e a gripe se manifestam de forma semelhante. Isto é, ambos causam doenças respiratórias, que podem ser assintomáticas ou leves, mas também podem evoluir para casos graves e morte. Os dois vírus têm formas de transmissão parecidas, sendo transmitidos por contato com gotículas ou partículas de saliva e secreções.
Como resultado, as mesmas medidas de saúde pública, como higiene das mãos e boa etiqueta respiratória (cobrir boca com cotovelo flexionado ou lenço descartável ao espirrar e tossir), são ações importantes que todas as pessoas podem adotar para prevenir ambas as infecções.
Como é a transmissão?
De acordo com a Revista Abril, ambos se espalham por gotículas de saliva ou muco de infectados, principalmente através de tosse e espirros — ou ao passar a mão contaminada em olhos, nariz e boca. A diferença aqui é a capacidade de contágio.
Começamos pelo fato de que os períodos de incubação não são iguais. Enquanto a nova doença viral leva até 14 dias para começar a gerar sintomas (embora a média fique em torno de cinco dias), a gripe se manifesta após mais ou menos quatro dias depois da infecção. Em ambos os casos, pacientes assintomáticos são capazes de disseminar a enfermidade.
O novo coronavírus é considerado mais contagioso. Os estudos ainda não são categóricos, mas se estima que a taxa básica de reprodução (ou R0, como dizem os especialistas) varie entre 2 e 3, segundo a Organização Mundial da Saúde. Isso significa que cada portador passa a doença, em média, para outros dois ou três sujeitos. No entanto, pesquisas chegaram a atribuir um R0 de aproximadamente 6 para o Sars-Cov-2. De qualquer jeito, a quantidade é superior à da influenza, que fica em 1,2.
Quais são os grupos de risco?
Os mais vulneráveis à gripe são crianças, grávidas, idosos, portadores de doenças crônicas e imunossuprimidos. A população de risco do coronavírus compreende os últimos três grupos citados, porém os pequenos parecem sofrer menos com o problema (embora possam transmiti-lo).
Qual é a taxa de letalidade?
Segundo o blog do Laboratório Citocenter, a mortalidade relacionada à Covid-19 parece ser maior. Até o momento, tivemos 214 mil casos confirmados e mais de 8 mil mortes no mundo. A taxa de letalidade fica em torno de 3 a 4%. A influenza, por outro lado, leva menos de 0,1% a óbito.
Mas há ponderações a serem feitas. A primeira é que a letalidade do Sars-Cov-2 varia de acordo com o local. E a segunda é que esse dado depende do acesso e da qualidade dos cuidados de saúde.
Vamos usar a própria China, onde o surto começou, como exemplo. Controlada a situação com quarentena e construção de hospitais temporários, o pico da epidemia passou e a taxa de mortalidade por paciente diminuiu – pelo menos por enquanto.
Vale lembrar que a gripe, para a qual temos medicamento, é estudada há mais tempo pelos cientistas. E isso também baixa a letalidade.
Quais intervenções médicas estão disponíveis para COVID-19 e gripe?
Embora existam vários ensaios clínicos em andamento na China e mais de 20 vacinas em desenvolvimento para a COVID-19, atualmente não há vacinas ou tratamento licenciado para a doença. No entanto, para a gripe, existem vários antivirais e vacinas disponíveis. Embora a vacina contra gripe não seja eficaz contra o vírus da COVID-19, é altamente recomendável se vacinar todos os anos para prevenir a influenza.
Fonte: Abril Saúde, Pfarma, Bio em foco, Laboratório Citocenter
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É de suma importância a informação apresentada e que deva ser levada a sério a prevenção.